O AquaRio recebeu o encontro para avaliação do risco de extinção de espécies marinhas, no final de abril. Especialistas da área de pesca e biologia se reuniram para debater na VII Oficina para Peixes Marinhos quais animais devem entrar na lista de ameaçados. O evento é promovido pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
O objetivo do encontro é servir de base para a criação da lista final de espécies que devem ser inseridas no livro vermelho do ICMBio e, posteriormente, na IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza, na sigla em inglês).
- Conheça o AquaRio; compre seu ingresso aqui
Ao ser classificada como ameaçada, a espécie entra em uma rede de proteção. Assim, são desenvolvidas políticas públicas de preservação, como períodos de defeso e áreas onde fica proibida a atividade pesqueira, bem como identifica lacunas do conhecimento onde mais pesquisas são necessárias.
Como é realizada a avaliação das espécies em risco
O processo do mapeamento de risco é dividido em algumas etapas. Vai desde a produção de pesquisas, até encontros para a troca de informações. A lista pré-definida passa ainda por avaliação de especialistas independentes, antes de ser publicada pelo ICMBio.
Roberta Aguiar, analista ambiental do Cepsul-ICMBio, explica que o impacto dessa avaliação é muito importante na conservação da fauna marinha no Brasil. “Temos uma lista com mais de 1.200 espécies de peixes que foram avaliadas”, destaca.
A especialista aponta que esse tipo de encontro é de extrema importância para a validação de novas ideias de pesquisas e trocas de informações. O resultado é sempre positivo: a proteção da biodiversidade da nossa Amazônia Azul.
Para Sérgio Santos, pesquisador do IMAM/AquaRio, receber um evento como esse é um reconhecimento.
“É prova que o poder público e a academia reconhecem o AquaRio como um centro de excelência em desenvolvimento de pesquisas a favor da proteção da vida marinha”, ressalta o especialista.
Próximo passo: proteção
Os especialistas discutiram uma lista com cerca de 80 espécies de mais de 20 famílias, incluindo Sciaenidae (corvina e pescadas), Centropomidae (robalos), Paralichthyidae (linguados), Clupeidae (sardinhas) e Mullidae (trilhas) e Phycidae (abróteas).
O próximo passo será a validação do status de conservação das espécies discutidas. Um novo time de especialistas vai avaliar se os critérios da IUCN foram seguidos corretamente antes de concluir a versão final da lista de espécies ameaçadas para a costa brasileira.